sábado, março 31, 2007

Um livro

Quantas vezes eu vou precisar me sentir assim
para poder compreender?
Muitas vezes penso que de tudo eu já sei
um pouco
mas quando me pego assim, desse jeito,
começo a pensar
que no fundo
eu estou errada.

A solidão é uma vagabunda de luxo,
ela se instala no peito de quem
tem cacife pra sustentá-la.
Apenas as pessoas que insistem
em coisas sem luz
conseguem se deixar levar assim,
desse jeito,
e nem tentam escapar por qualquer
porta que lhes é oferecida.

Muitas teorias começam a brotar,
muitas delas são ótimas,
me fariam seguir em frente e agüentar
todo sofrimento e alegria
que por ventura podessem acontecer.
Mas eu continuo a sonhar
e nem mesmo o pior sonho
parece mais a isso tudo aliviar.

E mais um texto sobre solidão
está sendo escrito por alguém, nesse
mundo que já não tem mais solução.
Sempre é bom pensar que algo está
mudando:
Afinal, isso é apenas um texto, e não
mais um livro
que poderia a mais alguém salvar (ou não).

sexta-feira, março 30, 2007

Fazenda

Uma vez eu pisei num sapo.
Que susto!

quarta-feira, março 28, 2007

Texto Romântico (parte 2)


Ela queria ter sorte naquela noite. Pulinho e pulinho com blusa rodada e coberta de pérolas! Como ela ficou bonita... colocou um perfume bem cherôso e arrumou o cabelo como não fazia há meses, pois o passeio tinha que dar certo: a mocinha queria arranjar um namorado. Moreno, alto e inteligente, pois ela era bonita, alta e inteligente.

Ela chegou na festa muito esperançosa, sempre quis ir a um lugar como aquele com suas amigas. Os antigos namorados estavam quase todos lá e ela nem ficou deprimida, se achando um espantalho, como sempre acontecia... por que naquela noite ela estava com esperanças. Bem humorada, um amor de menina. Ela merecia o melhor.

Aí um moreno lindo, com um nome lindo como o dela (e que aparentava ser inteligente o suficiente) se aproximou sob um céu estrelado e começou a agir como todos os meninos agem quando se apaixonam: implicava com o cabelo, com o sapato e até com o som dos “ês” que ela pronunciava - “não é 'iscada', é 'escada' que se fala.” A convidou para uma dança e eles se beijaram em meio a uma massa delirante de calor.

Como se deram bem! Finalmente ela tinha achado um mocinho que tinha convicção do que queria da vida - “afinal, não é todo dia que me pedem o telefone.”

Realmente ele tinha muita convicção do que queria:
- Vamos estreiar a minha kingsize bed... babe?
- Mas eu sou uma moça de respeito!
- Vamos tomar café da manhã com biscoitos e geléia de morango.
- Não posso.
- Então volta pra casa com tua amiga, ela tá precisando de ti. Eu entendo, pode ir.

Ela foi, então, embora. Guardou o papelzinho com o nome e telefone que ele dera a ela com o maior carinho do mundo e, até hoje, está esperando ele se lembrar.



(Janeiro de 2007)